Nuova collaborazione Casa della poesia e il Fatto Quotidiano
04/04/2011

DISTESO SULLA SABBIA

DISTESO SULLA SABBIA DEITADO NA AREIA
Per ore ed ore disteso sulla sabbia caduto
Sulla sabbia
O scagliato da un qualche braccio. Poco a poco
Smisi di sentire i granelli finissimi
Si appiccicarono alla pelle. Smisi di vedere
Il cielo che i miei occhi guardavano.
Le prime onde che mi toccarono i piedi
Riuscii a sentirle — minuscole bocche
Che bevevano il mio sangue silenzioso —
Ma le seconde ormai non erano fredde né calde ormai non erano
Ruvide né lisce non possedevano
Labbra né denti. E delle successive
Non so niente come niente sapevo
Della sabbia o del sale o degli insetti che passavano
Sopra il mio corpo dopo essere passati
Sul corpo della sabbia.
Durante un po’ di tempo durante la rigorosa eternità
Di un momento
Fu come se fossi anch’io sabbia mare e sole
E forse sono stato
Sabbia sole e mare. Il resto
È vento.
Horas e horas deitado na areia caído
Na areia
Ou por algum braço arremessado. Pouco a pouco
Deixei de sentir os grãos finíssimos
Colarem-se-me à pele. Deixei de ver
O céu que meus olhos olhavam.
As primeiras ondas que me tocaram os pés
Ainda as senti — bocas minúsculas
Bebendo o meu sangue silencioso —
Mas as segundas já não eram frias nem quentes já não eram
Suaves nem ríspidas já não possuíam
Lábios nem dentes. E nada sei
Das seguintes como nada já sabia
Da areia nem do sal nem dos bichos que passavam
Por cima do meu corpo depois de terem passado
Pelo corpo da areia.
Durante algum tempo durante a rigorosa eternidade
De um momento
Foi como se eu fosse também areia mar e sol
E talvez eu tenha sido
Areia sol e mar. O resto
É vento.
Manuele Masini